terça-feira, 25 de dezembro de 2007

sobre a expansão do universo...

A ciência exige métodos e repetições. Novas teorias sobrepõe as antigas ou as atualizam. A constatação de que não conseguimos provar ou repetir todos os fenômenos, ao mesmo tempo deve manter acesa a busca pela compreensão...A NG por vezes publica artigos sobre astrônomia...


[Mas a descoberta mais curiosa e inesperada, aquela que de fato iria "modificar profundamente nossas concepções fundamentais do espaço e do tempo", como previra Spitzer, ocorreu no ano seguinte ao de sua morte. Duas equipes de astrônomos estavam usando o Hubble para investigar supernovas - explosões de estrelas - em galáxias remotas no espaço e no tempo. Estavam interessados sobre tudo em uma categoria específica de supernovas cujo o brilho intrínsico faz com que sejam usadas como "velas-padrão", convenientes para avaliar as alterações do ritmo de expansão do universo desde que a luz foi emitida nas longínquas explosões. A expectativa deles era encontrar uma redução no ritmo de expansão ao longo das eras, pois supunham que a expansão cósmica deveria ser contida pela atração gravitacional exercidas por todas as galáxias entre si - da mesma maneira que uma bola de futebo, lançada para o alto acaba perdendo impulso e velocidade por causa da gravidade terrestre. Se a desaceleração cósmica estivesse acima de determinado valor, o universo acabaria por interromper sua expansão e sofreria um colapso, como uma bola retornando a superfície da Terra; caso contrário, se a desaceleração fosse menor que o valor de referência, o universo continuaria a expandir-se indefinidamente. Estupefados, os astrônomos não encontraram nenhuma redução na expansão cósmica - pelo contrário, ela estava aumentando. Além disso, tal aceleração imprevista teve início a 5 bilhões de ano. É como se uma bola, ao ser lançada no ar, tivesse sua velocidade primeiro reduzida e depois acelerada, desaparecendo em seguida na distância. Ora, nenhuma força natural existente na Terra é capaz de tal coisa - e nenhuma força no universo conhecido poderia estar acelerando a velocidade de expansão do universo. E essa força recém-descoberta não é nada sútil: com base na famosa equação E=mc², formulada por Einstein - segundo a qual a energia e a matéria são lados da mesma moeda -, os cientistas calculam que a nova força compreende nada menos que 70% de toda a amtéria e energi do universo.] Por Timothy Ferris, National Geographic, Nov 2007 - foto: nasa

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007



Os alquimistas estão chegando...Salve Jorge; pela sonoridade, o violão sintonizado do começo ao fim, a base rítimica, letras que exaltam aspectos de um "adorável nocense", tudo soando ao tom da admirável levada de Jorge Ben...

A Tábua de EsmeraldaJorge Ben (1972 • Philips/Phonogran)Cada acorde reforça a certeza de que nenhum outro violão, em nenhum outro disco, soa nem soará daquele jeito. Jorge Ben perseguia uma harmonização específica, que evocasse as regras da alquimia – crença milenar que inspirou o músico a conceber A Tábua de Esmeralda, em 1972. Como chegou lá ainda é um enigma, mas o fato é que o músico desenvolveu uma afinação própria para o instrumento e inventou o seu jeito de tocá-lo. Sua batida nas seis cordas – revolucionária desde seu primeiro disco, Samba Esquema Novo (1963) – encontrava ali um novo horizonte harmônico, paisagem perfeita para a aura mítica que envolve o disco e guia o arranjo de faixas como “Errare Humanum Est" e “Hermes Trismegistro e Sua Celeste Tábua de Esmeralda". A interpretação e as melodias também inauguravam uma nova cadência – descompromissada, improvisada – e nos ofereciam letras de um delírio poético que beirava o surrealismo. Antes de seu lançamento, no entanto, a idéia de um disco inteiro sobre alquimia era vista como loucura pelos executivos da Phonogran. Foi preciso a ordem do gerente da gravadora, André Midani, para que a vontade de Jorge fosse atendida. Pois a fé não costuma mesmo falhar e o álbum transborda inspiração. A viagem começa com "Os Alquimistas Estão Chegando" e já envolve o ouvinte em uma atmosfera de psicodelia, com versos que evocam a narrativa de uma fábula. Em “Cinco Minutos", violão e vocal agonizam entrelaçados, envoltos por um arranjo de cordas épico, e traduzem o desespero da letra sobre um desencontro amoroso. Da arqueologia do absurdo de “O Homem da Gravata Florida" à ode ao alto-astral de “Eu Vou Torcer", Jorge evoca a tradição gospel (“Brother"), exalta a negritude (“Zumbi") e oferece sua leitura particular do universo feminino (“Menina Mulher da Pele Preta" e “Magnólia") – e acerta sempre. A analogia inevitável: em seu tributo à alquimia, o próprio Ben encontrou a receita de um elixir de efeitos inesgotáveis para o ouvinte se esbaldar em doses generosas. Por Ramiro Zwetsch - Rolling Stone - Outubro/2007

Mergulhado na leitura de textos sobre a alquimia, jorge fez seu álbum mais conciso, com letras de um adorável nocense. Nunca seu violão havia soado tão perfeito, sobretudo em momentos assombrosos como os Alquimistas Estão Chegando, Menina Mulher da Pele Preta. Suingue Brasil coisa fina. "Os Alquimistas estão Chegando, da minha fase mais mística, do LP A Tábua de Esmeralda, que a assessoria da dizia seria invendável, e aí eu fui mostrar pro André (Midani, na Polygram na época), que me mandou gravar exatamente como eu havia feito". Jorge Benjor, Jornal da Tarde, 28/8/1987" - MTV, revista - Janeiro/Fevereiro 2003

A essa altura, e já chegando a uma hora e quarenta e oito minutos de entrevista (percebi que era mentira: é claro que ele gosta de falar), e sem a completa certeza de ter cumprido minha missão inicial, pedi para que ele próprio falasse: quem é Jorge Ben Jor hoje, aos 44 anos de carreira e 33 álbuns gravados. “Sou um poeta urbano e suburbano. Rolling Stones - Junho/2007